Sem se aperceber o corpo atendeu à fraqueza e sentou-se sem comando no banco de musculação. Abriu as mãos e os halteres escorregaram suavemente rolando no pavimento anti-deslizante. Baixou a cabeça ao soalho, naquele chão as pingas de suor desenharam linhas como quem decalca ao acaso, passando a manchas com formas voluptuosas de mulher, sentiu o corpo arrepiar, talvez pela roupa encharcada colada a si ou pela delicadeza daquele momento. Seria a ele que ela se dirigia, continuou cogitando, divagou no anseio, fechou os olhos e fantasiou. Sonhou-se debaixo de um banho, onde a chuva aquecida e as mãos dela pelo seu corpo quente minavam-no de carinho. O suor transformou-se em lágrimas ferventes, inebriantes de prazer e sorriu, um misto de sensações inesgotáveis, medo e delírio numa malga de incerteza.
Abriu os olhos, observou os charcos de suor no chão a tremerem como ele, os tacões das botas dela, ainda que enfiadas nuns pequenos sacos azuis, não amortizavam os passos a aproximarem-se. Petrificou, completamente em pânico, mas ela, dela só o rasto do seu perfume suave, passou ao lado, ligeira, um toque entre calças, as dela de ganga justa às suas de algodão amarelas foi o que alcanço. Ela passou e segredou junto ao ouvido de um outro sócio, algo rápido e voltou a sair graciosa, mexendo nos seus longos cabelos com a esferográfica que trazia na mão.
Sentiu vergonha, a sua grandeza física traduzida a incorporal, nula, translúcida até, mas ao mesmo tempo oprimiu um alivio ou uma desculpa. Que lhe diria, se ela o interpusesse, talvez nem conseguisse manufacturar uma simples palavra, um sim ou um não, mais certo sair um descoordenado hãm hãm...
Pegou-se ao treino, com mais atitude e afinco sobre uma dor de Calimero. Os poucos que restavam na sala de treino paravam em espanto por tamanha força e resistência animal. O homem das calças amarelas, ignorava o ambiente, as horas levadas naquele treino eram recorde para qualquer outro. Os seus músculos aclamaram perdão, ele absolveu-os caindo como um árvore de grande porte no chão.
(continua)
Fascina me a imaginação do homem de calças amarelas, aonde ela a leva ( a mulher que se depara sobre si).
ResponderEliminarEstou certo que, seja ele qual for ( o final) lhe irá marcar a mente tal e qual os alteres lhe marcam o corpo. . . mas a ver vamos.
O gajo que anda sempre descalço
Oh descalço, fica para sentires ou veres ou melhor... leres-me:)
EliminarBeijo
Que envolvente este desejo relatado aqui Moça. Que blog delicioso.
ResponderEliminarBjlhões ;)
Sorry i cant Fly, obrigada por esse teu voo por esta minha verdejante montanha. Um beijo em ti.
EliminarMinha Cabra Amiga
ResponderEliminarBem até transpiro com tanto treino, acho que nem o dito bife na pedra me tiraria tal esforço...
Beijos com Molho Inglês
Aguardo desfecho
A.M.
Aurélio Marcolino, uma massada de peixe? Não?
EliminarObrigada pela tua doçura presença aqui.
Beijos de Mostarda, e aguarda-me...
.... faz nos .... (continua)
ResponderEliminar...vibrar...
EliminarEla é um mar de sedução que a seus olhos não passam despercebido!
ResponderEliminarMas há no fundo algo que ele não abandonar...
Sinto que há algo para além de um simples gostar...
Será desejo? anseio? crença? Magia? Teimosia? ...
Eliminar;)
Beijo VULCAS