Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

por-me em-ti

Como se de um inverno duro se tratasse, subia as escadas com o corpo a tremer, acusado por num nervosismo encharcado. Subia as escadas ciente de uma violação programada, as pernas doíam, igual a quem veio de uma audição que nunca fora ensaiada. A mente embriagada, exausta de um medo embaraçado. A meio da escada pensou baldar-se, numa luta frustrada, num pensamento gamado, ingrato e acanhado. Só lhe via as costas, naquele subir dengoso, que costas eram as dela, suave aquele subir, desejado e balançado, que o pensamento fora-lhe extraviado. A porta abriu, um rodar lento de canhão, um som igual a um só pulmão. Entrou. Olhou, olhar vago, regalado, mas tão pouco disfarçado. O coração acelerado num medo profundamente instalado. Agarraram-se desejosos, ávidos do que foi um dia imaginado, sobre um querer recreado. Colaram como quem lambe envelopes a serem selados e depois decorados por selos despido a nu, já meio avistados. (continua)


3 comentários:

  1. hummmmmm... essa tua história vai sempre acabar bem ;)

    bj doce

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    Respostas
    1. Mas que seja sempre melhor que todas as que já sei :)

      Saudades Sinner, espero-te bem! ;)

      Beijo

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