Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Detalhes do meu certo amante


Ai sim, sim aí, aí...
Ele é consideração e compreensão, certo amásio amante. Hoje é certo que divulgo a cumplicidade, e quando se trata do amante certo, o meu certo amante, é ousado e confiante!
Na cama com o certo amante, cedo no mesmo ar ardente, recheio lençóis a cumplicidade, encaixo gostos, supero exuberância. Do passível estreito espaço nasce o mensurável deleite. E o meu certo amante transpira segurança. É doador do máximo prazer, não existe egoísmo nem acomodação. A cumplicidade sexual é poderosa e capaz na reciprocidade do gozo. Ai certo amante, certo amante, permanente viver, enovelar secretamente.
Toma, toma, toma!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Detalhes do meu amante sem prazo

Fode-me sem hora!
Ser um amante memorável implica dirigir com delicadeza o tempo do acto sexual. Hoje trata-se do tempo, o timing , e quando se trata do amante sem prazo, o meu é o meu amante atemporal!
Não deixa que nada interrompa, não tem pressa e, dedica-se por completo a fazer do tempo o seu papel. 
 O amante sem prazo, sabe aproveitar o momento, tirar o máximo beneficio dele, e dirige a orquestra dos gemidos distinguindo os diferentes bramidos de júbilo. Um amante no tempo de verdade, sabe que há ensejos, que há ápices supremos! E quando ele pode soltar toda sua excitação tem jogo de cintura e devagar pára o tempo e aproveita-se dele...
No timing certo é gourmet, dentro do prazo doce mensurável, no timing errado sabe a requentado!
Dá-lhe agora!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Detalhes do meu amante ideal

Pinta-me de sexo!

O meu amante ideal, vira-me de costas à monotonia e brinca no meu corpo afugentando as posições pouco inspiradoras. Hoje agito a criatividade, e quando se trata do amante ideal, o meu é o meu amante ideal!

O amante ideal sabe surpreender na cama! É criador da arte no suporte emocional, com riscador de prazer no meu físico ardente. Satisfaz-me tanto numa pintura clássica intemporal, como na obra mais futurista com a sua criatividade em atitudes de ideal amante. O meu amante encontra o equilíbrio entre a forma e a função, é um designer sexual, viajante imaginativo da parte afectiva e da qualidade do tacto sexual. Aperfeiçoa o quase perfeito e desflora as intensas sensações, recorre-me o corpo, introduz-me algo diferente, atreve-se nas carícias mais exuberantes!

O meu amante ideal é artista lúdico emotivo na tela de minha alma, delicado racional na esculpa pedra do meu ser.

Esculpe-lhe o prazer!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Detalhes do meu amante perfeito

Foto: Nuno Manuel Baptista(Pormenor)
Fala-me à cona!
A visão sexual sobre o perfeito amante, a minha certamente.
A bom principio o sexo em nada tem a ver com a quantidade, mas sim com a qualidade, mas não começo pelas contas, pesos e medidas, hoje sim pela comunicação, e quando se trata do amante perfeito, o meu, é o meu amante perfeito!
O amante perfeito sabe-se expressar! A comunicação possui importância vital, tu provavelmente dizes que o preferes manter calado! É certo! Mas não é nesse sentido. Comunicar com um objectivo tão excitante como o próprio acto sexual.
O amante com habilidade estabelece e desenvolve uma comunicação fluida, a boa conversa é tão importante, e o meu amante é um exemplar de bom falante.
Acontece que comecei por lê-lo, li-o com o apetite aguçado, como nunca lera algum dia alguém, na cama sozinha voei ao sabor da nascente de letras que escorriam de paixão, lânguidas e suaves, e eu li e li e li, até que me vim...
Do que lia ao som das letras, em dias foi traduzido a voz, e aquele timbre vocal tira-me do sério, e na harmónica melodia leva-me aos céus do prazer, e em menos tempo a conversa inaugura a minha cama, nas confissões dos desejos e fantasias sexuais. E assim o meu amante perfeito penetra os meu ouvidos atentos, conquista vicioso a minha libido..
 e todos os sentidos despertos trabalharam durante o sexo, não só os órgãos sexuais.
Fala-lhe!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

16ª consulta

Foto Paulo Nóbrega

Internacionais em raros trios!?
Branca Miss, mé mé… Não me conhece mas fica já a saber que a minha vida é lisinha e macia como o veludo e foi um bico d’ obra lembrar-me de uma cena áspera e eriçada para contar, uma vez que tanto desejo que me consulte. Ando um bocadinho toldada das ideias, já não sei se é dos fumos puxadinhos a toda a hora, se é dos ansiolíticos, mas esta história curta saiu-me do meu passado liso quando me pus a pensar nesta coisa do macho com macho e fêmea com fêmea. Passou-se há uns anitos e tudo começou na discoteca Lux da nossa Lisboa, eu já meio arrasada pelos Dj’s bacanos daquela noite, já quase a cair da tripeça com tantas misturas de gin ou de vodka. Sei apenas que às tantas deixei de saber com quem estava e que uma matulona a feder a katinga me passou um copo para as mãos. Depois foi um apagão, e regressei a mim como que despertada de um coma, deitada sobre almofadões de cetim, com uma cabeça de carapinha entre as minhas pernas, o sentir de uma língua enorme a penetrar-me e uma voz a zunir-me aos ouvidos: “Como se sente, meu bem?” Sei que quando me aprestava para disparar perguntas, já uma alva brasileira nua se sentava sobre a minha boca a pedir o mesmo serviço que a negra me fazia a mim. Em cinco minutos, já nem me vinha à mente o querer saber onde estava, já eu era um vulcão eruptivo de prazer enlouquecido. Mas, Cabra Miss, se este meu trio inesperado nada terá de extraordinário se formos comparar com as estranhezas de histórias que por aqui passam, já o mesmo não se poderá dizer do que se passava à minha volta e que pude constatar logo que a alva louca me deu uns segundos de descanso e largou a minha boca: à nossa volta, outro trio de vozes graves, em tremendo deleite, se contorcia de prazer, só que o estranho é que era um trio de músculos e piças que mais pareciam estar a competir com o trio de fêmeas. Só de me vir isto à memória me eriço toda e lá se vai o veludo; o mais digno de registo é que em nenhum momento os dois trios trocaram a mais leve carícia que fosse, ou uma mera palavrinha de incentivo… Nada, a não ser uns olhares furtivos e, no final, uma explosão de orgasmos simultâneos, como uma orquestra de prazer. Vim a saber que por vezes as pastilhas furtivas na bebida nos proporcionam estes momentos raros da vida… pelo menos desta vez, dassss, pude sobreviver aos meus orgasmos múltiplos e poder estar aqui a recontá-los. Pois Branca Miss, fartinha eu da lisura da minha vida, será que era de me arriscar a outra cena de perdição, a ver o que me poderia calhar desta vez… Ou momentos como aquele só uma vez na vida?
Ansiolítica.
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Minha querida, percebo a sua ânsia por ser consultada, se você é veludo, ceda ou cetim, polida ou agreste, não sei, mas que convive com uma leveza na expressão, isso admito!
Quanto a viver iguais momentos de perdição, esses estão por vezes ao alcance de o abrir uma porta, o pior é descobrir a morada! Recomendo-lhe fazer o caminho de volta,se perdida no endereço! E se der conta com o caminho, partilhe, tanta boa gente a sonhar com tais precipícios de exuberância…

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Favola"

Adelaide dos “F`s”. Futurista, feliz, formosa, a famosa Adelaide… Adelaide, fascinava os fúteis com sua fala feiticeira. Fraseava na folia de frases fragosas, fodia frenética franzindo o sobrolho aos falsos (f)alores!
Acontece que Adelaide dos “F`s”, para mulher fácil, que a julgavam, não tinha a mínima fatalidade e quase lhe dava um fanico quando a fomentavam assim.
De face fuzil e fatal, dava facadas aos homens de aparente fachada a fuzileiros do amor. Fundada nessa atitude pagara por vezes fatalmente a factura fictícia dos encontros fáceis e fugazes. Fã do furor da ribalta, Adelaide dos “F´s” fervia feroz nas atitudes facílimas da condição humana.
O Sexo mecânico era fecundo, o carinho no sexo o fascínio. Adelaide dos “F´s” não era flor para todos, era fada para os humildes e facínora aos calaceiros fodilhões! Falatório havia, quem não falava nem que fosse uma única vez da Adelaide dos “f`s”? Da boca de mulheres, fulminantes fagulhas, da boca dos homens, a custo falante confessavam a falência que ela os levara! Famintos alimentavam-se no prazer do falario de cortar à faca!
Furibunda, Adelaide dos "F´s" cospe no prato frio e grita dizendo: -Farta, Farta, Farta!!! Adelaide agora mal Fodida por tamanhas falsidades, fintando a vida madrasta, não se dá no fracasso. Elegante forma a dela, fixa a porta de saída, afirma feroz: - Mas que foda! Afinal não há foda como a minha!
E que foda era a dela...
Ei-la, Adelaide;

domingo, 18 de abril de 2010

15ª Consulta

Despertai!


Hoje sou feliz com ela nos “últimos Dias”.
Acompanho este blogue, mas fui adiando deixar aqui um testemunho de vida até descobrir a coragem do senhor anão na consulta anterior. Sigo-lhe as pisadas, segura de que já não há nada a perder e que Jeová me acolherá na sua eterna bondade quando chegar o Dia. Ficam, pois, aqui as minhas palavras de esperança e de alento para todos aqueles que se sentem abandonados pelo toque divino do amor.
Vejo a minha vida de forma simples: antes e depois do Senhor porque foi Ele que me levou ao conhecimento da bela Ester. Numa manhã enegrecida de Domingo, atravessada uma cortina diluviana, o céu pejado de relâmpagos, abriu-nos a porta da sua casa serrana, uma bela mulher que sabíamos viver só.
"São os sinais da fúria do Senhor!" Disse ela antes de nos servir um chá. "Descarrega sobre nós o dilúvio que precede os últimos dias, antes nos chamar a todos! "
Disse-nos que nunca tinha sido baptizada em Jeová pelo que não pertencia à Sociedade Torre de Vigia, mas que sabia que um dia viríamos até ela (os olhos fixos em mim, irradiando do verde esmeralda a luz da esperança que lhe ia na alma). Nisto deixei cair as Sentinelas e logo aqueceu-me as mãos nas suas, baixando-se diante de mim, no apanhar das revistas. Vi-lhe os seios redondos penderem do robe azul celeste semi aberto e estremeci, balbuciando um agradecimento. Foi o único dia em que nenhuma das testemunhas passou uma única palavra de alerta para os malefícios dos tempos que correm, quando nos aproximamos dos momentos derradeiros. Limitámo-nos a sorrir, nos breves instantes de contemplação da beleza feita luz serena…
Sei que no dia seguinte fui só a sua casa, sob o pretexto de lhe levar uma Despertai, a mais recente edição da qual ela leu uns fragmentos em melodiosa doçura. E nos dias seguintes já não tinha mais pretextos, mas seguia os passos do Senhor na subida da ladeira que me levava à última casa da serra. Ao terceiro dia, os seios de novo desnudos e exuberantes a centímetros dos meus olhos, perguntei-lhe a meio da história de S. Matias, o substituto de Judas Iscariotes, se sabia o que era trair a palavra do Senhor… E antes que pudesse colher dela uma resposta, prostrei-me numa espécie de transe, abrindo-lhe o robe suavemente, e do mesmo modo lhe lambi os mamilos protuberantes… Nesse dia, tenho a certeza firme de que Ele sorriu para nós durante horas sem o mais leve esgar de vergonha ou condenação.
Hoje vivo com Ester e somos felizes, aguardando serenamente a complacência divina nos dias que restam das nossas vidas, seguras de que não tarda o dia do Juízo. Dela recebi em oferta o robe com que a descobrira nessa manhã de Domingo… E assim, nesses modos peculiares, recebemos calorosamente todas as testemunhas que, amiúde, sobem e voltam a subir a serra por vontade de Deus.
Um bem-haja, à Miss que se diz Cabra.

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Minha Cara leitora, mas que terno depoimento, aqui nada há a consultar, mas sim reflectir nestas doces palavras.

Vejo que sorriem serenas aguardando o dia do julgamento final... Pecado? Não!
Não vos vejo deleitarem-se à mais mínima sombra de pecado! Ruminam em néctar viçosas, brancas e imaculadas a vossa sim divina luxúria!
Obrigada por este elevar de serras, afinal adoro quem as supera!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pausa(ou)

Foto Helena
Distanciar para pensar, pausa boa, ou nem por isso… Nasce ideias e vontade de escrever, mas quando abro o blogue disperso-me e não consigo. A pausa é, ou nem por isso o é. Estou no duche, as pingas de água batem, penso no blogue, escorregam em rios finos pelas costas frias aquecem-me o corpo, penso no que quero escrever falando. Lembro-me do crítico, ele existe, subsiste nos comentários em forma de desassossego, cogito no desassossego transladado para a luta mista de amor/ódio, mexe-me a fúria e nasce a criatividade. Sinto os dóceis comentaristas e sorrio na calma, não acrescento, não sendo desagradada, mas nos bons estagno, nos maus prospero. A pausa…
- Conta-me algo que gostasses que soubesse de ti.