O verão
fizera-se defunto, o sol já não pairava sobre ele e nela já não brilhava a luz
de costume.
Sabia que os
dias se tornariam mais pequenos, tal como o esquecimento, mas os pensamentos do
que foi, ainda a povoava, pairava-lhe como um abutre sobre um corpo quente,
caído na areia de um deserto.
Ali já nada
se respirava, nada ali crescia, era uma imagem vaga do que fora algo meio
esquecido.
Ansiava por
uma tempestade molhada, que lhe encharcasse a nuca agastada, a brasa dos dias
de verão queimara-lhe a alma, embaçara-lhe o corpo que ainda mexia, o dela. Porque ele morrera. Ele
morrera...
A custo, enrolou
o cadáver transfigurado de verão,
ele era possante, outrora vigoroso. Enrolou-o e deixou-o sobre a cama
vazia, afinal não passava do que era, um morto como qualquer outro, um físico
que o deixou de ser. Ele estava morto. Morto...
Enfiou os
chinelos e saiu para a rua, no corpo só levava a camisa fina com que passara a
noite com ele. O vento roçava-lhe na pele trazendo um aroma difuso do que foi
um dia cheiro dele. E chegara-lhe a calma.
Cruzou todas
as ruas de pó, as que a levavam a um destino certo, os pés envolviam-se com a poeira,
travavam conhecimento de passagem. E as outras, a miravam com desconfiança, aquelas que se encontravam à
janela a ver o tempo passar, debruçadas no quadrado, de costas voltadas aos
lares esquecidos.
Atravessou a
última estrada, descalçou os chinelos à chegada e entregou o pó ocre que
transportava à areia daquela praia, e ali se fizeram logo casal. Caminhou
tranquila até ao mar, as pequenas ondas insistentemente desfaziam-se na areia,
sem nunca desistirem por todas as tentativas de nunca se quebrarem. E os pés se
molharam de água cristalina e avançou, avançou entregando o corpo a uma paz
temperada a sal, a sabor e a cor. O corpo estremecia confundido entre uma
dormência e um prazer. Encharcara-se e envolvera-se, fechou os olhos e avançou,
avançou, cobrindo-se por um manto infinito azul e avançou, avançou, os pés
perderam a fina areia que calcava e o corpo livre flutuou.
saudades de ti
ResponderEliminarbeijo te
Ainda um dia destes,me perguntei quando voltavas!
ResponderEliminarSeja novamente bem-vinda :)
Beijos
já tinha muitas saudades tuas ;)
ResponderEliminarbj doce
Olá meus amigos, voltei sim, neste 11 de setembro. Torres caíram, do pó nasceu algo mais elevado.
ResponderEliminarSAUDADES EU DE VOCÊS,
ESTOU DE VOLTA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Welcome back!
ResponderEliminarSaudades Pelinho Branco!!!!
ResponderEliminarSiga!!
Beijinhos
Bem-vinda :)
ResponderEliminarE adorei o texto :p
Obrigada Sad eyes, nem imaginas o prazer que me deu a novamente escrever... Beijo
EliminarBem voltada Bianca, as saudades estendem-se aqui Pecador :) Beijo
ResponderEliminarO Pecador
a B escreve tão bem que leva os leitores a pensar, mesmo ´nem sempre o digam, "como será ela na cama? quem me dera..."
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