Como se de um inverno duro se tratasse, subia as escadas com o corpo a tremer, acusado por num nervosismo encharcado.
Subia as escadas ciente de uma violação programada, as pernas doíam, igual a quem veio de uma audição que nunca fora ensaiada. A mente embriagada, exausta de um medo embaraçado. A meio da escada pensou baldar-se, numa luta frustrada, num pensamento gamado, ingrato e acanhado. Só lhe via as costas, naquele subir dengoso, que costas eram as dela, suave aquele subir, desejado e balançado, que o pensamento fora-lhe extraviado.
A porta abriu, um rodar lento de canhão, um som igual a um só pulmão. Entrou.
Olhou, olhar vago, regalado, mas tão pouco disfarçado. O coração acelerado num medo profundamente instalado.
Agarraram-se desejosos, ávidos do que foi um dia imaginado, sobre um querer recreado. Colaram como quem lambe envelopes a serem selados e depois decorados por selos despido a nu, já meio avistados.
(continua)
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Há 11 anos
hummmmmm... essa tua história vai sempre acabar bem ;)
ResponderEliminarbj doce
Mas que seja sempre melhor que todas as que já sei :)
EliminarSaudades Sinner, espero-te bem! ;)
Beijo
me too... ;)
Eliminarbj doce