Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sabor do esperma

“O gosto do esperma com leves diferenças raciais:

- Os Europeus, geralmente têm o esperma mais azedo;

- Africanos lembra levemente o mel;

- Asiáticos, sem gosto algum;

- Norte-americanos, lembra ketchup com vinagre

- Brasileiro, ah, este sim, é uma deliciosa salada universal, um gosto moreno de safadeza que desce rebolando, e logo após o esófago já deixou saudade.


Quem já o provou, relata que possui um sabor sui generis, quase insípido, levemente salgado. É composto dos espermatozóides, proteínas, frutose, vitaminas, sais minerais e outras substâncias menos importantes. É altamente nutritivo, embora sua pequena quantidade não seja suficiente para fazê-lo.

O sabor depende de pessoa para pessoa. Depende da alimentação do homem, de seu nível de stress, da proporção de gordura que ele tem no corpo, da idade, do tempo que ele está sem gozar, entre outros, pois é destes factores que depende a composição básica do esperma. Geralmente não tem gosto de nada, mas pode ser levemente doce. Se pensarmos no aspecto psicológico. Ligeiramente salgado, com um travo seco, tem sabor único e próprio. Não se parece com outra coisa. Às vezes, as primeiras gotas saem com um toque adocicado que logo se desfaz no sabor salgado e ácido. Não é gostoso, mas muito especial. O que vale é o gosto psicológico do prazer.” Por GMX

quinta-feira, 29 de julho de 2010

perfect Wo.Man?

Araújo, comedor de todos os pipis a jeito, verdadeiro debulhador de gostosas e até não, um dia foi apanhado de surpresa. Estava ele em traje académico sentado numa esplanada ao barulho do anoitecer com uma colega. Aquele final de tarde era particularizado por ele se encontrar “inactivo”, noutro qualquer dia já tinha papado aquela alma ao término da bica e a meio do pastel de nata.

A rapariga conhecendo-lhe a fama ficou desanimada, pensou não ser razoavelmente linda para se devorar ou suficientemente feia para amassar! Simplesmente Araújo encontrava-se em repouso, perante as últimas noites sem descanso entre pernas de todas as moças que a seu alcance se debruçaram.

Espontaneamente, sem hesitação, ela lançasse ao desejo, pega na capa académica deleitada nas costas da cadeira, cobre-se com ela e ajoelha-se entre pernas do Araújo. Este estremece horrorizado por tamanha ousadia, mas logo se rende ao prazer, descair as pálpebras que se mexem em olhos estonteados de agrado. Nunca fora igual, nunca sentira sequer parecido, delirante gostar...

Araújo não descansou enquanto não conspurcou o bom sabor com a má língua no dizer, para todos os efeitos a colega passou a puta, fora atrevida demais para os seus parâmetros de afoiteza.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

60 minutos

Pormenor, Foto Carlos Castro

era o que deles ela tinha diário, 60 minutos por 120 moedas.

Naquela tarde fazia calor e um ele pagara adiantado por um acompanhamento. Queria um simples vagueio num qualquer passeio público.

De abraço em encaixe pareciam um casal feliz a subir a calçada, ele sentia-se o Rei Sol e ela passava-se por sombra daquele poder financeiro. No entanto, ela brilhava e ele ensebava de mau porte. Que desgraça figura, o seu mau estar intimo traduzia-lhe a tristeza endividada com a vida. Nenhum dinheiro abastava para pagar tamanhas mágoas, tamanha solidão, ausência de carinhos nunca existentes mesmo em memorias mais longínquas.

- Obrigada minha bela ninfa. Serão sempre os meus mais 60 minutos!

Beijou-lhe docilmente o rosto, virou-lhe costas e seguiu calçada abaixo perdendo-se na confusão poluente da cidade.

"Jamais o Sol vê a sombra."( Leonardo da Vinci )



domingo, 25 de julho de 2010

Brinde ao broche

- Um brinde? Sorriu ele...
- Sim! E ao que brindamos? Questiona-lhe ela eufórica.
- Há saúde!? Sem grande ênfase.
Mas que saúde, pensou ela, que saúde!? Saudinha temos nós que sobra porra! ...
Sem oposição afirma convicta e segura,
- Um brinde ao broche que me apetece fazer-te!
Ele, encostado ao balcão em pose desmotiva, cansada e indiferente, fora atingido por uma bala sem revolver, sentiu-se cair no chão, uma ligeira fraqueza nas pernas lhe dera e meio atordoado saiu-lhe uma palmadinha suave no ombro da mulher que ali, à sua frente, se revelava mais uma vez em postura própria e infalível. E do corpo até aquele momento inerte prostrado no bar, sentiu que todos os músculos lhe foram acesos. Engole em seco, nem a caipirinha o ajudara,
- És uma mulher forte!
Ela esboçou um sorriso ausentado de glória. Não seria aquela força que quebraria as suas inconfessáveis fraquezas.

sábado, 24 de julho de 2010

"Fode-me, porra!"

"São mulheres sexualmente activas. Os homens sentem-se intimidados e ficam constrangidos ao pé delas com medo de falhar. Elas tiram o tesão a qualquer gajo." Reflexão no (clique) Post do Trolha, (ler e apreender).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

19ª Consulta

Siga-me aquelas Pernas...

Olá Cabra(sem ofensa).

Tomei conhecimento sobre a sua consulta num almoço entre colegas. Sem deixar transparecer o meu interesse, questionei-me:"ela poderá ajudar-me?". Não confiando em amigos ou colegas, é uma alternativa!

Estou com um dilema sobre o qual gostaria de obter a sua opinião.

Tendo por marido um homem que só faz(raro) sexo às escuras e por debaixo dos lençóis, apaixonei-me por um colega de profissão. Começou por ser uma troca de olhares, mais tarde carícias inocentes pontuadas por beijos, acabou em sexo hard condimentado com jogos a que já ouvi chamar role play.

O "Mário" gosta de fazer de médico. Talvez por não ter tido nota para entrar em medicina, começou por vestir bata branca sem outra roupa por debaixo durante as relações, em que me exigia que me fizesse de doente em consulta de que ele abusava.

Mais tarde comprou um estetoscópio que me introduzia na vagina para medir as pulsações, enquanto ao ritmo destas se masturbava...até aqui tudo bem, o pior veio depois, só me possui depois de me engessar as pernas.....gesso que só parte depois de atingir o orgasmo.

Cada vez demora mais a atingir o climax e, o pior, por vezes não ejacula e por isso fico horas à espera, estática, até que volte a sentir-se excitado. Eu já não suporto mais este "jogo" mas sinto afeição pelo meu "médico".

"Cabra" como hei-de sair desta?

Atenciosamente, Pandora.

...................................................

Minha querida Pandora, os jogos... são isso mesmo, um vicio a zero, nunca sabendo a principio não mais que uma suposição de triunfo. O desconhecido, o incerto, perverto delicado.

Sair dessa, não creio que seja o que deseja. Apimentar o jogo parece-me uma excelente solução! Surpreenda-o adornada de enfermeira, sensual, muito real nada de espalhafatoso, uma singela enfermeira cheirosa, doce e delicada.

Leve numa bandeja meio copo de translúcida água, onde previamente envolveu uma pitada de açúcar, faça-o beber suavemente, afirmando com convicção, “Dr. Mário, hoje está muito excitado, dê um travo neste copo de água açucarado!” Ele tem de entrar na sua sedução. De seguida dê lugar a si, rode o palco! Deite-o, dite você o relatório clínico, hoje quem manda no Dr. é você! Prenda os seus movimentos com ligaduras secas, mãos, pés e venda-lhe os olhos com um pouco de gaze de modo a que ele vislumbre entre quadradinhos. Agora ele é seu e o quarto do “hospital” é privado!

Tudo o que lhe fizer tem de ser interrompido, assim que o sente a realizar-se pare e saia do quarto, minutos depois volte, e repita o ritual, com a boca com o corpo, use todo o seu poder feminino e pare, saia do quarto... Quando achar que o remédio está a resultar, é porque o receituário foi um sucesso! Fodam até atingirem o clímax.

Desejo sinceras melhoras e boas injecções amorosas!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

dez-a-fio


Já vem da Libertya e do El Solittario passa pela Stargazer´s e toca à Cabra Branca escrever aqui 6 coisas sobre mim que ninguém sabe. Eu não dou 6, darei 10, gosto do 10, o primeiro de dois números a par! E o zero não é à esquerda, logo tanto melhor!

Assim aqui fica:

1) Tenho um rabo de Cabra aparatoso!

2) O meu pêlo é macio e lustroso;

3) Tenho a mania que sei andar de saltos altos;

4) Sou a Cabra mais inconstante, não sei se de verde palha gosto ou se já relva seca rumino;

5) Gosto de montanhas elevadas, subo-as tal heroína, por picadeiros agrestes, eis no pico da montanha amanso e tremo;

6) Tenho uns cascos bonitos, sim um casco é um casco!

7) Não uso soutien e não tenho problemas da dimensão;

8) Não me queiram ver de pêlo virado, passo de dócil Cabra a Cabra cabrez que te faço em três;

9) é o 6 ao contrario da Star, respeito e aqui nada digo,

10) Fui possuidora de uma loja de lingeri erótica sensual, para Cabras.

Tenho de passar isto a uns tantos que por aqui passam, aqui vai:

(talvez nem aceitem, nem cheguem a ler este post mas que gostava, gostava!)

Eles:

FAQ(er) / Jota- As incongruências da vida / Daqui ninguém sai vivo / Ba Bocage / Pleura

Elas: ViagensLes / DaisyLouve / Provoca-me (as meninas) / Vontade de / Morango com champagne

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sr. Beijados

Rodava na Praça da Alegria. Sempre era à quarta-feira. Houvera anos a fazer o biscate sem intenções rendosas. O Sr. Beijados era ilustre criatura, educado galante, bem afigurado e bem falante. Todas as quartas se apresentava, não importando qual intempérie, feriado nacional e muito menos municipal, nem convindo nos religiosos. Ali era o consultório de ar livre, onde não se inscreviam listas de espera, não se preenchia relatórios, nem se passava receituário. Ali era a Praça, a Praça da Alegria.
O Sr. Beijados curava os males da saudade, tão português sentido, defronte à placa mármore, onde gravado agradecimento se enaltece Alfredo Keil pelo hino mais belo, lá ele aninhava-as em seu terno beijo. Tão solene preparo, tão suave registo, tão doce carícia. Chegava assim a calma. Se o vento soprava, amainava de ternura, se pingos gelados caia, aquecia suas suaves gotas, se o sol de chapa queimava, soprava uma brisa mansa refrescando o sabor supremo de afago do Sr. Beijados.
Elas eram viúvas saudosas, casadas mal amadas, solteiras deixadas, adolescentes desamparadas, vizinhas traiçoeiras, passageiras curiosas, mulheres de qualquer porte, velhas lixadas, novas de má sorte e elas eram nunca de mais! Sr. Beijados sem boca a medir, confiante em seu paladar nem por atrevimento usava spray oral, não falseava seu sabor, seu beijo apaziguador.
Eram segundos, nem minuto chegava a ser, aquele beijo calmante, aquele natural tranquilizante... e ainda há quem anseie por aquele meio semanal, aquelas tardes de quarta-feira lá na Praça, na Praça da Alegria.
E o Sr. Beijados? O Sr. Beijados não deixara discípulo! Que falha crassa, que rude falta de boca de obra!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

pórnoi






Lembrar Miguel.
Miguel trocava sexo. Uma troca consciente por interesses não sentimentais, afectivos ou de prazer. Efectivamente dinheiro vivo não existia, era um cambio mascarado de necessidades correntes.
Miguel permutava a sua arte, numa prática sexual inata ao serviço encomendado de atenções calorosas. Ardoroso engano adorado. Nada se questionava, nada se considerava volátil, nem certo, nem triste nem muito menos aflijo num agudo travo acre.
Miguel era porta-estandarte do desejo ausente. Sem culpas, guiava os pecados do fingimento. Era no acaso de uma qualquer mulher extraviada, que ele enaltecia-lhes as vontades sôfregas de gemido, roubava-lhes os beijos sentidos e violava os espaços escondidos do templo dos amores passados.
- Faz-me um favor Miguel.
- Sim faço-te minha querida. Diz.
- Vai-me lá abaixo... - Não Miguel, valha-me Deus! Vai lá abaixo à mercearia da Augusta e pede-lhe para subir, ...é que hoje estou farta de homem!
Miguel nunca mais fora o mesmo, Miguel e do que dele se recordara.

sábado, 19 de junho de 2010

18ª Consulta

quer-se a jeito
Cara Dra. Cabra,
eu gostava muito, mas nunca me apaixonei por mulheres. Será defeito ou falta de jeito?
Desde que me lembro que sonho com elas, são meus objectos sexuais de excelência, adoro-lhes o corpo, admiro-lhes o espírito, dedico algum do meu tempo a estudá-las.
Muitas dão-me tesão, algumas entusiasmam-me, mas nenhuma me monopoliza os pensamentos por muito tempo.
Já lhes provei os lábios e a pele, já saboreei o mel, já lhes dei prazer mas ainda não me rendi a nenhuma.
Com eles basta por vezes um olhar, um sorriso, e eu já sei que vou andar a suspirar durante uns tempos. O corpo treme todo, sinto na barriga o fogo, os sentidos apuram-se e a inspiração aumenta.
Bem sei que ainda devo ter muito tempo pela frente, mas sou assim, a modos que impaciente.
Quero experimentar o outro lado, mas sei que não é uma coisa que aconteça porque se quer, senão provavelmente quando menos se espera.
Mas isso não me basta. Quero pôr-me a jeito, quero provocar.
Tem algum conselho para me dar?
C.
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Curiosa C, lamento dizer-lhe que nem é feitio nem falta de jeito, não é vontade nem falta de apetite!

O sonho é isso mesmo, um delírio de desejo que se pode ou não conquistar, muitas das vezes lutando sobre as maiores dificuldades, mas o desejo de paixão é um sentimento que não se compra nas drogarias nem se manda vir pela internet, já objectos sexuais é em qualquer virar de esquina.

Direi que você gosta de brincar sexualmente, gosta do perigo de provar, gosta de provocar e isso é um jogo bom de se agitar de cima.

Não sei por outro lado se você respeita a essência do homem, porque a elas diz que respeita a eles eu arriscarei dizer que você rejeita, quem sabe por ter em demasia, fácil de mais, um simples olhar, um sábio sorriso e já andam eles ao seu sim suspirar!

Todos temos muito para aprender, nunca saberemos tudo, isso sim é um sonho, mas dos impossíveis!

E cara C. a pressa é inimiga da perfeição, nunca se esqueça.

Atenciosamente, esta Cabra.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

De alguém especial

A Minha Mulher

Todos os dias de manhã desarrolho o frasco e deixo cair umas poucas migalhas lá para dentro. Com muitos cuidados para que não fuja minha estimada mulher. As migalhas são de variados tipos de pão: broa de milho, carcaça ou baguette. Sempre gostei de estimar a minha mulher com o melhor. É com grande apreço que a paparico com carinhos. Tem dias em que sou realmente generoso e lhe deixo cair pelo tampo do frasco um torrão de açúcar. Fico regalado de a ver feliz pela prenda e vejo-a percorrer as paredes redondas do frasco em sinais de agradecimento. Outras vezes, corto frutas várias em pequenos pedaços e vejo-a lambona e de olhos arregalados, chupar o sumo doce das frutas.

Durante o dia, enquanto vou trabalhar, substituo a tampa do frasco por um coador do leite. Assim fico seguro que o ar circulará facilmente por todo o frasco e minha mulher não morrerá de calores ou asfixia. Quando regresso a casa, tenho uma grande recepção de felicidade. Minha mulher passeia-se pelas fronteiras de vidro cumprimentando-me com zumbidos que nem sempre percebo. No entanto gosto. São gestos humildes e naturais de contentamento.

Depois de jantar vemos uns programas que passam na televisão e tenho muitas conversas com ela sobre o que passa na caixa fosforescente. Poucas vezes me responde e quando o faz, é sempre em sussurros que ainda estou a aprender a interpretar. Tudo isto faz parte da convivência e da descoberta de cada um. Ocorre por vezes, um aborrecimento da minha parte quando a minha mulher se cala e esfrega as patas umas nas outras: começando nas da frente até às de trás. A falta da atenção dela para comigo leva-me a agitar o frasco e provocar-lhe uma reacção. Quando assim é, esvoaça pela vitrina do frasco e resmunga coisas sibilantes às quais não ligo.

Antes de me deitar, coloco o frasco dela a meu lado na cama e contemplo-a. Certifico-me que a tampa ficou bem apertada nas roscas e conto-lhe uma história de um livro que satisfaça os dois. Quando apago a luz sinto uma felicidade eterna em ser casado com uma mosca respeitável e obediente. E nisto olho para ela, a ver se já dorme.



sábado, 29 de maio de 2010

Com jeitinho

O solteiro o divorciado e o viúvo
- Então a saber, Senhor Américo Jesus, Solteiro, 57 anos; Marco Anastácio, Divorciado, 34 anos e Tomás Oliveira, Viúvo 49. Certo?
- Certo! Confirmou Américo como porta-voz.
O Oliveira continuava apático, já Anastácio perdido de gozo, refastelava-se na vulgar cadeira de gabinete de esquadra como se tratando da verdadeira poltrona real.
- Como os senhores sabem a Senhora Alzira Antunes apresentou queixa, diz que já não é a primeira vez... bom infracção por parqueamento de autocaravana em local impróprio, e atentado à moral...
Já fora da esquadra, questiona Anastácio em jeito rebelde. - Mas afinal quem é a Senhora Alzira?
- É a tal Velha do R/c, defronte ao estacionamento! Pelos vistos não dorme durante a noite! Resmunga o Américo lixado.
- Acho é que ela acordou com os guinchos da gaja que o Oliveira papava!
Oliveira continuava , mudo e imperturbável...
- Oh Oliveira, meu, tu estás bem? Silêncio... - OLIVEIRA! Grita Anastácio que se encontrava já sentado a seu lado dentro da autocaravana.
- Anhhhh...???!!!
- Anh?! Então a malta leva uma multa do camandro e tu dizes Anhhhh!!! Ela bem dizia era oooohhhhhhhhhaiiiiiiiiiohhhhh.. bicha histérica! não sabias amordaçar a gaja? Agora à conta da puta, tungas acabou a festa!
- A manifestação de prazer exacerbado fora meu. Diz Oliveira em jeito de quem soletra o primeiro texto de primeiro ciclo.
Silêncio...

sábado, 22 de maio de 2010

Papagaio

Foto Armanda Com
A reformada a desempregada e a desocupada
Na esplanada tomavam um café com gelo. Pés descalços em cima do muro, elas avistavam a cidade que fumava no calor.
A desocupada arejava-se, pernão aberto e os dedos dos pés escancarados parecendo uma pata de unhas pintadas a vermelho. A pequena brisa atravessava-lhe entre os dedos ventilando em remoinho na renda da cueca. - Ai minhas queridas, a velha do terceiro andar da rua Castilho patinou, estava a ver que nunca mais, credo a velha parecia-me ir durar tanto quanto o papagaio herdado ... o cabrão do papagaio já é do tempo da sua tia avó, deve de ter para cima de 100 anos e ainda dá cartas a chamar nomes ao sapateiro do r/c do prédio em frente. Bem, o bom disto é que posso alugar a casa agora por justa renda, os 25 euros eram ridículos! É certo que a casa vai necessitar de obras, todos os andares já estão impecáveis, são casas maravilhosas, pé direito alto e janelões que maravilham qualquer um... mas não sei o que fazer com o raio do papagaio morador numa gaiola centenária ainda lá pregada ao alçado da janela da velha...
- Mas oh desocupada, queixas-te tu de um papagaio que come sementes de girassol e ainda manda umas bocas ordinárias a quem passa...
- Não, não! Ele só arrota ordinarice ao António Sapateiro! Mas que faço com ele? A velha era sozinha, e eu como senhoria prometi ficar com ele à morte dela, que cruz, eu uma maravilhosa desocupada que faz jus ao nome, agora a ocupar algum do meu precioso tempo desocupado com um papagaio... - Ordinário!!! Repetiram as duas amigas em coro.
- Olha reformada o papagaio era boa companhia para ti!
- Para mim?! Porquê para mim?
- Porque precisas de ocupação! Diz a desempregada com o seu mau feitio.
- Olha parece-me bem que a ti é que te fará falta, pode servir-te como dupla na cena do mal dizer, seriam imparáveis! Retorquiu a reformada já mal disposta.
- Tu vês muitos filmes reformada por isso é que nunca saíste gloriosa daquele teatro onde ofertaste os teus anos de beleza e trouxeste rugas empacotadas a naftalina!
- Bom, bom vamos lá ver senhoritas, comportem-se a questão só passa por um velho papagaio... - Cala-te desocupada! Gritam as outras duas.
- Cala-te sim, tu lá sabes o que a vida custa, nunca vergaste a mola para nada, até as rendas dos teus glamorous apartments recebes por transferência bancária! Dizia a desempregada envenenando mais o ar abrasador daquela tarde de esplanada, pouco faltava para a lavagem da roupa interior...
- Mas vocês querem ver isto... cá tenho culpa do sucesso que levo como vida?!
- Sucesso???!!!! , mas que sucesso? Espumou a reformada, o sucesso que tiveste foi o que me caíra das mãos, sim ou julgas que se meu sonho transformado em desilusões, o tempo grandemente ocupado, levado no teatro, na loucura dos itinerantes, terias casado algum dia com o Jorge, com o meu Jorge!?
- Olha reformada, o Jorge nunca te amou, amava sim o espectáculo e tu fazias parte da representação do falhanço, tu sim, foste a primeira dama, mas eu sua mulher!
- Calem-se, calem-se!!! A desempregada já desesperada, queria parar por ali, embora de unhas sempre afiadas, perseguiu da pior das formas. - Calem-se mulheres rancorosas, falam de barriga cheia, no fundo a pior sou eu...
- És??!! Questionaram em dupla voz irónica.
- Sim sou, fui, ou sei lá, nunca passei de uma balconista na venda de lingerie, onde o Jorge comprava num dia um 36 copa A, num outro um 38 copa B, até que deixou de comprar e passou a usufruir do seu bom gosto por roupa interior neste meu corpo de sereia...
- Corpo de sereia? Queres dizer de monstro de loch ness!!! Intoxicava a desocupada. E entre dentes viperinos saia-se a reformada; - Balconista..., brochista isso sim!
- Calem-se suas mal fodidas! Putas e velhas ressabiadas! Isto tudo por se tratar de um papagaio centenário? Qual quê, uma desocupada que areja as rendas das cuecas numa qualquer esplanada, a quem já ninguém quer ver nem a cor quanto mais o cheiro! Aí minha querida, nem a operação plástica te safa! E uma reformada frustrada que vive no drama de um palco de vida falhado, nem para ficar com a fortuna do Jorge teve pinta, eras bela sim minha querida, eras, e isso de nada te valeu. Eu minhas lindas, nunca passei da brochista balconista??? Certo! Mas os meus menos 20 anos é que vos fode! E o Jorge bem soube a diferença, soube o Jorge e sabe-o agora Bernardo, a quem vós deram em cima na festa do fim-de-semana passado. É, é o meu actual, Bernardo! Tenham um resto de boa tarde minhas doces companheiras, mas o dever chama-me, é que nem estou desocupada, nem posta de lado, arranjei emprego!
- E quanto levas à hora? Pergunta secamente a desocupada.
- Chega para vos pagar o café de amanhã... à mesma hora?
- Sim, à mesma hora, se o tempo não nos lixar o tempo! Aligeira a reformada.
- O tempo o dirá! Diz a desempregada com um sorriso sadio. Até amanhã. Cumprimentos ao papagaio!
- Até amanhã.
Às mulheres de toda a condição;


sábado, 15 de maio de 2010

Andará o mundo carente?


“Procuro homem primordialmente inteligente, preferencialmente alto, magro, claramente bonito, e com um estético sentido de humor, para boas conversas e quem sabe algo mais.” Antónia.

“Procuro senhora bem apresentada, boa falante, amiga, afável, carinhosa e moderna, momentos inesperados puderam fundir-se num só corpo.” Carlos

Procuro?, procuro???? Digam-me por favor, onde? Como? Quando? Digam-me onde vou encontrar o “como ver o que eu preciso”? Digam-me... Digam-me tudo!
Sei sim o que é preciso, mas o que eu preciso não sei, baralha-me as vontades. Preciso de humanos justos, honestos, sinceros e que falem não só gozando de um silêncio obscuro. Preciso de humanos inteligentes, humanos bonitos de se ver nos momentos inesperados da vida, preciso da partilha primordial da amizade que se funda em largas e deliciosas conversas que animem o ambiente do meu cérebro com humor estonteante, preciso de risos, preciso que me encham de carinhos e mimos, verdadeiros apetites afáveis que me elevem aos céus como uma pluma suave, macia e celestial. Quero tudo isto do novo do moderno sentido actual de se viver entre humanos.
Afinal preciso de tudo o que os demais precisam!
Foto de Rui Cadete (Pormenor)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

17ª Consulta


Serás a próxima ou avio-te já a seguir!

My dearest and fuckin teasing Cabra:

Ansiando pela sua consulta, fui imaginando a forma menos porno de descrever o meu pseudo-problema! Sim, pseudo-problema porque o que para uns pode ser visto com um problema, para outros pode ser um acto benemérito de compaixão pelo próximo (e seguramente é esta segunda a leitura que eu faço à questão). No entanto, e para efeitos biblícos, vamos tratar “disto” como um problema. Dou por mim várias vezes a masturbar-me nas casas de banho de todo o lado, sejam centros comerciais, bares, áreas de serviço ou emprego. Um completo e bem descrito tarado sexual que se toca todo quando vê uma boa Cabra e não a consegue foder. Cabra, será este meu caso grave? E acha normal que aproveite toda e qualquer situação para meter conversa, e me comporte como o verdadeiro tarado teasing que não tem regras só com o único objectivo de horizontalizar (ou não) uma qualquer cabra? Que conselhos me dá para controlar os meus impulsos de predador sexual e deixar de papar miúdas de vinte e poucos anos dentro de carros, e de me deixar de estourar o meu guito em quartos de motéis com as trintonas mais exigentes?

Aguardo impaciente e masturbante pela sua resposta, que pode ser escrita, ou em forma de exercício prático, ao qual, desde já, deixo a minha inteira disponibilidade.

ASS: Anónimo (mas pouco)

..................................................................................

Meu Caro Pouco Anónimo, não vou “tratar disso” como um problema, aqui não se trata de males físicos ou psiquiátricos, não existe sequer medicação! Aqui há reflexão em espaço aberto para quem por sorte ou azar passe as vistas por esta montanha. Haverá com certeza quem avalie “esse problema” como um problema, outros como uma prestação de serviço público, afinal quem em poucos minutos se horizontaliza ou verticaliza consigo não importando o local ou posição é porque participa da mesma vontade e andará tão necessitada quanto você, assim questiono, seram igualmente taradas? Será que anda meio mundo tarado?

Poderemos sim pensar num insaciável impulso sexual, num difícil controlo do desejo na demonstração personalista de virilidade.

Conselhos não tenho, acho muito saudável que se masturbe e pratique sexo o mais possível, porque tarado sexual é o individuo que viola uma vontade num desejo não partilhado, e não me parece este o caso.

Continuação de boas fodas com direito a todas as colocações.

domingo, 2 de maio de 2010

Detalhes do meu tal amante

Foto Autopsy - DDiArte
O outro fazia...
O meu tal amante, um dia foi só mais um amante, e num outro muito mais à frente terá sido só um tal amante. Hoje brando, por si só o tal, e quando se trata do tal amante, o meu foi perfeito, outro ideal, a seguir sem prazo e depois certo amante, e como tudo, hoje foi, hoje é só o tal amante, o tal...
O sexo na mais pura da expressão. O sentido do sexo ou o sentimento no sexo? Um sentido que desperta todos os sentimentos vividos! Nada é tão vago nem tão explicito, nada é só memoria nem só indicação do que voltará a ser, nada é assim tão grato quando se fala do meu tal amante.
“O sexo é uma sabedoria que se desgraça em incoerências de teoria sem nexo.”
“O princípio de qualquer comunicação entre dois amantes é um léxico comum.”
Se existe mesmo esse amante?
Nada é tão sublime como um momento, e num determinado momento, sim existe o amante, aquele tal que ama, que transborda, que toca o divino no físico e no mental, sim, existe sim! E nenhuma palavra transcreverá com justiça o que é um amante ideal, mas sim o idealizado, só sentimentos, só sentimentos... e eu valho o melhor dos amantes. Eu sim! Sou a tua melhor amante!
“ Uma Mulher bem fodida mostrar toda a sua inspiração!”

Faço-te eu melhor!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Detalhes do meu certo amante


Ai sim, sim aí, aí...
Ele é consideração e compreensão, certo amásio amante. Hoje é certo que divulgo a cumplicidade, e quando se trata do amante certo, o meu certo amante, é ousado e confiante!
Na cama com o certo amante, cedo no mesmo ar ardente, recheio lençóis a cumplicidade, encaixo gostos, supero exuberância. Do passível estreito espaço nasce o mensurável deleite. E o meu certo amante transpira segurança. É doador do máximo prazer, não existe egoísmo nem acomodação. A cumplicidade sexual é poderosa e capaz na reciprocidade do gozo. Ai certo amante, certo amante, permanente viver, enovelar secretamente.
Toma, toma, toma!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Detalhes do meu amante sem prazo

Fode-me sem hora!
Ser um amante memorável implica dirigir com delicadeza o tempo do acto sexual. Hoje trata-se do tempo, o timing , e quando se trata do amante sem prazo, o meu é o meu amante atemporal!
Não deixa que nada interrompa, não tem pressa e, dedica-se por completo a fazer do tempo o seu papel. 
 O amante sem prazo, sabe aproveitar o momento, tirar o máximo beneficio dele, e dirige a orquestra dos gemidos distinguindo os diferentes bramidos de júbilo. Um amante no tempo de verdade, sabe que há ensejos, que há ápices supremos! E quando ele pode soltar toda sua excitação tem jogo de cintura e devagar pára o tempo e aproveita-se dele...
No timing certo é gourmet, dentro do prazo doce mensurável, no timing errado sabe a requentado!
Dá-lhe agora!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Detalhes do meu amante ideal

Pinta-me de sexo!

O meu amante ideal, vira-me de costas à monotonia e brinca no meu corpo afugentando as posições pouco inspiradoras. Hoje agito a criatividade, e quando se trata do amante ideal, o meu é o meu amante ideal!

O amante ideal sabe surpreender na cama! É criador da arte no suporte emocional, com riscador de prazer no meu físico ardente. Satisfaz-me tanto numa pintura clássica intemporal, como na obra mais futurista com a sua criatividade em atitudes de ideal amante. O meu amante encontra o equilíbrio entre a forma e a função, é um designer sexual, viajante imaginativo da parte afectiva e da qualidade do tacto sexual. Aperfeiçoa o quase perfeito e desflora as intensas sensações, recorre-me o corpo, introduz-me algo diferente, atreve-se nas carícias mais exuberantes!

O meu amante ideal é artista lúdico emotivo na tela de minha alma, delicado racional na esculpa pedra do meu ser.

Esculpe-lhe o prazer!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Detalhes do meu amante perfeito

Foto: Nuno Manuel Baptista(Pormenor)
Fala-me à cona!
A visão sexual sobre o perfeito amante, a minha certamente.
A bom principio o sexo em nada tem a ver com a quantidade, mas sim com a qualidade, mas não começo pelas contas, pesos e medidas, hoje sim pela comunicação, e quando se trata do amante perfeito, o meu, é o meu amante perfeito!
O amante perfeito sabe-se expressar! A comunicação possui importância vital, tu provavelmente dizes que o preferes manter calado! É certo! Mas não é nesse sentido. Comunicar com um objectivo tão excitante como o próprio acto sexual.
O amante com habilidade estabelece e desenvolve uma comunicação fluida, a boa conversa é tão importante, e o meu amante é um exemplar de bom falante.
Acontece que comecei por lê-lo, li-o com o apetite aguçado, como nunca lera algum dia alguém, na cama sozinha voei ao sabor da nascente de letras que escorriam de paixão, lânguidas e suaves, e eu li e li e li, até que me vim...
Do que lia ao som das letras, em dias foi traduzido a voz, e aquele timbre vocal tira-me do sério, e na harmónica melodia leva-me aos céus do prazer, e em menos tempo a conversa inaugura a minha cama, nas confissões dos desejos e fantasias sexuais. E assim o meu amante perfeito penetra os meu ouvidos atentos, conquista vicioso a minha libido..
 e todos os sentidos despertos trabalharam durante o sexo, não só os órgãos sexuais.
Fala-lhe!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

16ª consulta

Foto Paulo Nóbrega

Internacionais em raros trios!?
Branca Miss, mé mé… Não me conhece mas fica já a saber que a minha vida é lisinha e macia como o veludo e foi um bico d’ obra lembrar-me de uma cena áspera e eriçada para contar, uma vez que tanto desejo que me consulte. Ando um bocadinho toldada das ideias, já não sei se é dos fumos puxadinhos a toda a hora, se é dos ansiolíticos, mas esta história curta saiu-me do meu passado liso quando me pus a pensar nesta coisa do macho com macho e fêmea com fêmea. Passou-se há uns anitos e tudo começou na discoteca Lux da nossa Lisboa, eu já meio arrasada pelos Dj’s bacanos daquela noite, já quase a cair da tripeça com tantas misturas de gin ou de vodka. Sei apenas que às tantas deixei de saber com quem estava e que uma matulona a feder a katinga me passou um copo para as mãos. Depois foi um apagão, e regressei a mim como que despertada de um coma, deitada sobre almofadões de cetim, com uma cabeça de carapinha entre as minhas pernas, o sentir de uma língua enorme a penetrar-me e uma voz a zunir-me aos ouvidos: “Como se sente, meu bem?” Sei que quando me aprestava para disparar perguntas, já uma alva brasileira nua se sentava sobre a minha boca a pedir o mesmo serviço que a negra me fazia a mim. Em cinco minutos, já nem me vinha à mente o querer saber onde estava, já eu era um vulcão eruptivo de prazer enlouquecido. Mas, Cabra Miss, se este meu trio inesperado nada terá de extraordinário se formos comparar com as estranhezas de histórias que por aqui passam, já o mesmo não se poderá dizer do que se passava à minha volta e que pude constatar logo que a alva louca me deu uns segundos de descanso e largou a minha boca: à nossa volta, outro trio de vozes graves, em tremendo deleite, se contorcia de prazer, só que o estranho é que era um trio de músculos e piças que mais pareciam estar a competir com o trio de fêmeas. Só de me vir isto à memória me eriço toda e lá se vai o veludo; o mais digno de registo é que em nenhum momento os dois trios trocaram a mais leve carícia que fosse, ou uma mera palavrinha de incentivo… Nada, a não ser uns olhares furtivos e, no final, uma explosão de orgasmos simultâneos, como uma orquestra de prazer. Vim a saber que por vezes as pastilhas furtivas na bebida nos proporcionam estes momentos raros da vida… pelo menos desta vez, dassss, pude sobreviver aos meus orgasmos múltiplos e poder estar aqui a recontá-los. Pois Branca Miss, fartinha eu da lisura da minha vida, será que era de me arriscar a outra cena de perdição, a ver o que me poderia calhar desta vez… Ou momentos como aquele só uma vez na vida?
Ansiolítica.
.................................................................
Minha querida, percebo a sua ânsia por ser consultada, se você é veludo, ceda ou cetim, polida ou agreste, não sei, mas que convive com uma leveza na expressão, isso admito!
Quanto a viver iguais momentos de perdição, esses estão por vezes ao alcance de o abrir uma porta, o pior é descobrir a morada! Recomendo-lhe fazer o caminho de volta,se perdida no endereço! E se der conta com o caminho, partilhe, tanta boa gente a sonhar com tais precipícios de exuberância…

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Favola"

Adelaide dos “F`s”. Futurista, feliz, formosa, a famosa Adelaide… Adelaide, fascinava os fúteis com sua fala feiticeira. Fraseava na folia de frases fragosas, fodia frenética franzindo o sobrolho aos falsos (f)alores!
Acontece que Adelaide dos “F`s”, para mulher fácil, que a julgavam, não tinha a mínima fatalidade e quase lhe dava um fanico quando a fomentavam assim.
De face fuzil e fatal, dava facadas aos homens de aparente fachada a fuzileiros do amor. Fundada nessa atitude pagara por vezes fatalmente a factura fictícia dos encontros fáceis e fugazes. Fã do furor da ribalta, Adelaide dos “F´s” fervia feroz nas atitudes facílimas da condição humana.
O Sexo mecânico era fecundo, o carinho no sexo o fascínio. Adelaide dos “F´s” não era flor para todos, era fada para os humildes e facínora aos calaceiros fodilhões! Falatório havia, quem não falava nem que fosse uma única vez da Adelaide dos “f`s”? Da boca de mulheres, fulminantes fagulhas, da boca dos homens, a custo falante confessavam a falência que ela os levara! Famintos alimentavam-se no prazer do falario de cortar à faca!
Furibunda, Adelaide dos "F´s" cospe no prato frio e grita dizendo: -Farta, Farta, Farta!!! Adelaide agora mal Fodida por tamanhas falsidades, fintando a vida madrasta, não se dá no fracasso. Elegante forma a dela, fixa a porta de saída, afirma feroz: - Mas que foda! Afinal não há foda como a minha!
E que foda era a dela...
Ei-la, Adelaide;

domingo, 18 de abril de 2010

15ª Consulta

Despertai!


Hoje sou feliz com ela nos “últimos Dias”.
Acompanho este blogue, mas fui adiando deixar aqui um testemunho de vida até descobrir a coragem do senhor anão na consulta anterior. Sigo-lhe as pisadas, segura de que já não há nada a perder e que Jeová me acolherá na sua eterna bondade quando chegar o Dia. Ficam, pois, aqui as minhas palavras de esperança e de alento para todos aqueles que se sentem abandonados pelo toque divino do amor.
Vejo a minha vida de forma simples: antes e depois do Senhor porque foi Ele que me levou ao conhecimento da bela Ester. Numa manhã enegrecida de Domingo, atravessada uma cortina diluviana, o céu pejado de relâmpagos, abriu-nos a porta da sua casa serrana, uma bela mulher que sabíamos viver só.
"São os sinais da fúria do Senhor!" Disse ela antes de nos servir um chá. "Descarrega sobre nós o dilúvio que precede os últimos dias, antes nos chamar a todos! "
Disse-nos que nunca tinha sido baptizada em Jeová pelo que não pertencia à Sociedade Torre de Vigia, mas que sabia que um dia viríamos até ela (os olhos fixos em mim, irradiando do verde esmeralda a luz da esperança que lhe ia na alma). Nisto deixei cair as Sentinelas e logo aqueceu-me as mãos nas suas, baixando-se diante de mim, no apanhar das revistas. Vi-lhe os seios redondos penderem do robe azul celeste semi aberto e estremeci, balbuciando um agradecimento. Foi o único dia em que nenhuma das testemunhas passou uma única palavra de alerta para os malefícios dos tempos que correm, quando nos aproximamos dos momentos derradeiros. Limitámo-nos a sorrir, nos breves instantes de contemplação da beleza feita luz serena…
Sei que no dia seguinte fui só a sua casa, sob o pretexto de lhe levar uma Despertai, a mais recente edição da qual ela leu uns fragmentos em melodiosa doçura. E nos dias seguintes já não tinha mais pretextos, mas seguia os passos do Senhor na subida da ladeira que me levava à última casa da serra. Ao terceiro dia, os seios de novo desnudos e exuberantes a centímetros dos meus olhos, perguntei-lhe a meio da história de S. Matias, o substituto de Judas Iscariotes, se sabia o que era trair a palavra do Senhor… E antes que pudesse colher dela uma resposta, prostrei-me numa espécie de transe, abrindo-lhe o robe suavemente, e do mesmo modo lhe lambi os mamilos protuberantes… Nesse dia, tenho a certeza firme de que Ele sorriu para nós durante horas sem o mais leve esgar de vergonha ou condenação.
Hoje vivo com Ester e somos felizes, aguardando serenamente a complacência divina nos dias que restam das nossas vidas, seguras de que não tarda o dia do Juízo. Dela recebi em oferta o robe com que a descobrira nessa manhã de Domingo… E assim, nesses modos peculiares, recebemos calorosamente todas as testemunhas que, amiúde, sobem e voltam a subir a serra por vontade de Deus.
Um bem-haja, à Miss que se diz Cabra.

....................................................................

Minha Cara leitora, mas que terno depoimento, aqui nada há a consultar, mas sim reflectir nestas doces palavras.

Vejo que sorriem serenas aguardando o dia do julgamento final... Pecado? Não!
Não vos vejo deleitarem-se à mais mínima sombra de pecado! Ruminam em néctar viçosas, brancas e imaculadas a vossa sim divina luxúria!
Obrigada por este elevar de serras, afinal adoro quem as supera!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pausa(ou)

Foto Helena
Distanciar para pensar, pausa boa, ou nem por isso… Nasce ideias e vontade de escrever, mas quando abro o blogue disperso-me e não consigo. A pausa é, ou nem por isso o é. Estou no duche, as pingas de água batem, penso no blogue, escorregam em rios finos pelas costas frias aquecem-me o corpo, penso no que quero escrever falando. Lembro-me do crítico, ele existe, subsiste nos comentários em forma de desassossego, cogito no desassossego transladado para a luta mista de amor/ódio, mexe-me a fúria e nasce a criatividade. Sinto os dóceis comentaristas e sorrio na calma, não acrescento, não sendo desagradada, mas nos bons estagno, nos maus prospero. A pausa…
- Conta-me algo que gostasses que soubesse de ti.