Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Aluguer Viciante...

Como pagar o aluguer de uma cabra? Pagar a uma cabra é fácil, mas esta não é qualquer Cabra, esta é A Cabra, especial, única. A verdade é que Esta Cabra não se aluga. Não. Ela deixa-se alugar quando assim o entende. E cobra-nos algo único. Uma experiência. Uma experiência que enquanto existiu tempo nunca aconteceu e enquanto houver tempo nunca se voltará a repetir.

13 Biliões de anos atrás os átomos da Cabra e do Touro, animados por uma força invisível de atracão, instigam a revolução, explodem, iniciam o universo, criam estrelas, planetas, a terra, vida, os nossos antepassados, avós, pais, finalmente criam os nossos corpos, para que na última noite do ano de 2011 possam enfim saciar a fome criada por aquela longínqua atracção primordial.

31-12-2011, 21h
Tu, Cabra, que te dizias de uma cor, surpreendes-me com outra. Não me interessa a tua cor, por muito esforço que tivesse investido na Cabra calculada na minha mente, nunca teria conseguido atingir a perfeição da Cabra que surgia à minha frente. Fomos e degustamo-nos nas palavras e na comida e na bebida, fomos mais longe e deixamos que os nossos átomos saciassem a sua sede embalados pela música.

31-12-2011, 23h
Toco-te, tocas-me, o ambiente está animado e populado de estranhos rostos alegres. No entanto estamos sós, só te vejo a ti, Cabra, e tu só tens olhos para mim, dançamos juntos, trocamos fluidos, cheiros, sentimentos.

31-12-2011, 23.59h
Puxo-te para um canto menos populado e encosto-te à parede, olho-te nos olhos, gosto dos teus olhos de Cabra Gato. Mordes o lábio e puxas-me para mais um doce beijo. As minhas mãos encontram as tuas coxas quase por acaso, o teu vestido curto sobe tão facilmente. Lês-me os pensamentos, com os teus hábeis cascos de Cabra Lasciva libertas a tesão presa nas minhas calças. 10! O tempo pára. Seguras-me de mão cheia e encaminhas-me para dentro de ti, 9! Enterro-me em ti. Consigo sentir o teu sabor. És doce como mel e salgada como o mar, 8! Puxas-me mais para dentro de ti. Por um momento penso que me fundo em ti, 7! Sinto-te quente, a palpitar. Mordes-me a orelha e pedes mais... 6! Devoro-te és doce, és salgada, és viciante 5! As nossas línguas misturam-se, não sei dizer qual é touro e qual é cabra, 4! Deliciamo-nos, como se tivéssemos todo o tempo do mundo, 3! Já te disse que gosto de te sentir? Do teu toque, do teu sabor, do teu cheiro, 2! É me difícil conter, ainda falta a eternidade para a meia-noite e tu sabes-me tão bem, Cabra 1! Olho-te nos olhos, estão grandes, despertos, reflectem a tua tesão, a tua antecipação, 0! Encaixo-me como que para ficar para sempre dentro de ti e libertamo-nos em êxtase simultâneo, sussurras-me ao ouvido, “Amo-te”, culminar perfeito para esta Foda que começou no início dos tempos.

6 comentários:

  1. Aluguer????

    Que descrição. . .Que sentidos . . . Que. . e mais. . . Que(s). . .

    Que Cabra de tantas cores. . . Que viciado em tao puro vicio. . .


    ( dito bem baixinho e sem que a Joana Matias me oiça, gostei de te ler . . .)

    Continuo a ler . . .

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  2. Viciado, viciado em quê? Em ti pois claro!

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  3. oral muito melhor que palavras, chama-se intensidade... obrigada por continuares aqui.
    beijo

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  4. Viciado, meu vicio, sem palavras, só mesmo oral.

    Beijo-te

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  5. Estou a ver que começaste bem o ano! :)

    Há gajos com sorte...

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  6. Foxos, sim ele há gajos com mesmo grande sorte! Querias não querias? Pois querias!
    Mas não é para qq um!
    ;) Beijo

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