Não sei quem és, chegas a mim,
sem hora, sem tempo, mesmo sem prazo, vens e entras sem chave, não há chaves nem
porta afinal e ofereceste a mim, sem querer saber qual condição, sem razão, sem
vontade ou em gratidão, pouco importa, empurras a porta que não existe, nem
janelas há, e tu és uma corrente de ar sem bloqueios nem passeios, uma aragem
arejada, sem lamentos preconceitos, sem jeitos em arabesco, és fresco ar que
desliza no que encontras, numa figura que é corpo. Hoje és moreno,
amanhã serás gordo, ontem misterioso, antes sedutor, terás barba, serás
cheiroso. E que importa, que acarreta? dás-te a cem e sem nãos, sem porquês ou porque não, tuas mãos eu quero assim, como nunca conheci, sem linhas em reticência, aspas
crespas, virgulas convertidas sem razão, sem pensar em interrogação, quero-te uma canção. Pouco alterado, original e esguio, hasteado sem fio, alheado, um
pouco atrapalhado, talvez até assustado, mas quero-te afinal, talvez um pouco
louco, louro e magrela, sedento ou até corpulento, como o tal vento... E nada sei
de ti, nem espero que saias a mim, deste-te assim, em físico alteado, risco de sabor alcançado, quase claro partilhado e agora rasga, mete-me a nu como tu, solta,
rota, translúcida e vaga, envia-me a tal carta, mas agora que cá estás, anda
não olhes para trás a porta não está lá, e pouco importa. E janelas? Janelas não as há!
61
Há 11 anos
Desculpa não ser original, mas nada tenho para dizer além disto.
ResponderEliminarTexto fantástico, como habitual.
Beijinho,
Ana
Também não vou ser muito original, quando volto a dizer que gosto muito de te ver por aqui Ana.
EliminarObrigada
Beijo
descobre-o!
ResponderEliminarbeijo
bfs
-__-
Vou descobrindo...
EliminarBeijo
De tirAR realmente o AR...
ResponderEliminarBeijos :)
Temos de RespirAR sempre e ir sempre em frente!
EliminarBeijo
dasse!
ResponderEliminarentão?
Eliminar:)
Beijo
E ficamos assim a imaginar como será... o outro do outro lado que trocando linhas e cartas.. ideias de locais reais.. forma de estar e movimentos comuns.. nos preenche ao mesmo tempo que nos deixa.. nos invade enquanto nos larga.. ;)
ResponderEliminar...mistério que mais seduz,
EliminarBeijo
eu sou o amanhã, yupiiiiiiiiiiiii!!!! :)
ResponderEliminarBeijo grande, adorei o texto
Beijo GORDINHO ;)
EliminarGosto de te saber por aqui
Este blog deu uma grande cambalhota. Mas não consigo dizer que tenha sido para pior. Ainda estou na fase de estranhar mas quase quase a entranhar.
ResponderEliminarSkin, tens de explicar essa cambalhota, porque não chego lá só por tuas palavras escritas. Vem explicar-me,
EliminarBeijo MY Skin
Cabra Branca... Talvez esse desejo que sente... seja acicatado por alguém que te seja próximo... e ''materializado'' numa pessoa anónima que vai ao encontro do sentimento que temos. É bom prestar atenção aos que nos rodeiam... e de alguma forma concretizar... algo... partilhar um sentimento.
ResponderEliminarPalavras minhas... palavras soltas.
Beijo em ti.
OM estás lá! E não digo mais nada.
EliminarBeijo-te
A Cabra permite-me que entre, ainda que fora de horas ou a horas inconvenientes, por ser altura de almoçar?
ResponderEliminarA porta entreaberta encontrei, e um burburinho escutei, já cá havia gente a marralhar, mas Dear zé preferiu perguntar.
Minha doce e branca Cabra, de quem nada é de esperar, seja ao nascer ou ao luar, a tal carta queres que Dear Zé te vá mandar?
:))
Belo espaço! Verdejante escrita!
Dear Zé, voltas-te!
EliminarHá sempre um Zé que vai e outro que regressa, bem vindo.
Beijo
Adorei o comentário, sempre a teu jeito :)
Que a carta tenha chegado ao destino..pois tudo o resto não existe ou existe? Beijooooooooooo (43º):)
ResponderEliminarExiste em algumas cabeças portadoras de imaginação muito fértil....
Eliminar;) BEIJO