Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

60 minutos

Pormenor, Foto Carlos Castro

era o que deles ela tinha diário, 60 minutos por 120 moedas.

Naquela tarde fazia calor e um ele pagara adiantado por um acompanhamento. Queria um simples vagueio num qualquer passeio público.

De abraço em encaixe pareciam um casal feliz a subir a calçada, ele sentia-se o Rei Sol e ela passava-se por sombra daquele poder financeiro. No entanto, ela brilhava e ele ensebava de mau porte. Que desgraça figura, o seu mau estar intimo traduzia-lhe a tristeza endividada com a vida. Nenhum dinheiro abastava para pagar tamanhas mágoas, tamanha solidão, ausência de carinhos nunca existentes mesmo em memorias mais longínquas.

- Obrigada minha bela ninfa. Serão sempre os meus mais 60 minutos!

Beijou-lhe docilmente o rosto, virou-lhe costas e seguiu calçada abaixo perdendo-se na confusão poluente da cidade.

"Jamais o Sol vê a sombra."( Leonardo da Vinci )



2 comentários:

  1. Mas provavelmente foram os 60 minutos da vida dele em que se sentiu melhor. O dinheiro compra minutos e mulheres e por 60 momentos ele pôde pensar que ela era dele.

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  2. Madre, bem vida à montanha, um beijo em sim.
    Xuac!

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