Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Qualquer coisa




Sete e cinco. Acordou em sobressalto ao som da porta do prédio. Saía para o trabalho a Sra. Qualquer coisa, que, religiosamente abalava para mais de 20 anos à mesma hora. Hoje saíra com 5 minutos de atraso.
Sete e cinco. Sentiu-o a seu lado, suado pela manta pesada que os cobria. Sobre a nudez dele, escorriam seus alegres pêlos junto ao peito. Ele estava feliz, apesar do abafo, o sorriso tatuado no rosto sereno denunciava o quanto não queria saber de calores. Estava afinal, onde nunca devia ter saido.
Sete e cinco. Só a sensação dela, afinal não passava de um prolongamento de um sonho matinal e já bem ao de leve, ali só estava um único corpo e a lembrança do cheiro a Denim dos anos noventa, que a fez esboçar um sorriso por cima da dor que sentia.
Levantou-se com a mão sobre o pescoço, doía-lhe mais do que gostaria. Abriu a bolsa das drogas e antes de qualquer outro alivio, encheu um copo com água e engoliu em esforço a pílula alaranjada. Hoje só o poderia mastigar, engolir seria imprudente  naquele estado doente.
No entanto atreveu-se a pensa-lo a dormir. Como estaria a dormir? Suado? não pela manta de lãs coloridas, mas quem sabe por um sonho fermentado a desejo? Mastigou esse pensar, travou um gole no café forte da manhã e pelo cheiro aromático pensou como o tragar.
Olhando pela janela que dava para as traseiras, falou alto, inteira e integra como sempre. “- Trago-te como que dentro de uma caixa de costura, em que as linhas se enrolam unidas num novelo de finas linhas coloridas, emaranhadas confusas e chatas! Na confusão alegre de cores, moram as traiçoeiras agulhas perdidas, prontas a espetar, piores que farpas de uma madeira antiga, robusta e maciça no meu sentimento fragilizado!”
Arrancou da dormência de o ter junto a si, sem esse existir de facto, nem sabendo ao certo se estaria ali mais do que um sentimento do pensar vir a ter um outro igual, num outro qualquer dia.
Sete e trinta e cinco. Saíu atrasada...


   

13 comentários:

  1. Olha ela!!!!
    Tão bom ler-te novamente Cabra!!
    Fazes falta Mulher!

    Beijo

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  2. EROS!!! SEMPRE O MEU PRIMEIRO!!! LOVE IT <3

    Beijo e obrigada, ainda que, não sei se voltei... vou voltando!!!

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  3. Inside that cage there's a box, small, but full of life, where everything can hapen!
    Parabéns, Bianca. De volta e renovada.
    Beijo

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    1. Mário!!!! Tu vieste aqui dar uma grande ar de tua GRAÇA :) OBRIGADA AMIGÃO

      psssttt (não tarda levas uma sova de um tal amigo) Tenho-te dito! :P

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  4. E vim com muito prazer.:) Obrigado a ti, AMIGAA por estas lufadas de ar fresco!!
    (cuidado com o "gaijo") :P

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    1. My Water, My water, tinha sim, sede de vir aqui desgastar-me a maçar o pessoal ;)

      Beijo saudoso
      Love YOU

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  6. escreve bem..mas a minha opinião pessoal é que depois se perde e desgasta o texto, algumas frases tornam-se massudas.Bato palmas na mesma.
    Boa sorte

    ass.:N@@@

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    1. n@@@,
      Obrigada pela opinião,
      abraço

      http://cabrabranca.blogspot.pt/2012/03/nuno.html

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  7. Minha querida,
    que amor(ou ódio) é esse?
    Não sou realmente nenhum Nuno., nem mesmo o seu Nuno!
    N@@@



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  8. Meu querido anónimo N@@@, no meu coração não cabe ódios. Amores sim, por todos e mais alguns Nunos e podem até se juntar Mários, mas ódio não tem lugar. Sou muito feliz por esse mesmo motivo e também por me dar à capacidade de o amar a si, sendo você quem sabe um José ou um Francisco, um Bernardo ou quem sabe Pedro, talvez lhe sirva um Rui ou Raul, bastando-me que se dê ao incómodo e mesmo à maçada de o escrever com dois "SS", de me ler e seguir tão atentamente.
    A si, o beijo, e o abraço com afago, porque no meu corpo existe um sol onde cabe o desgaste de me agastar em responder. Talvez que esta resposta não leve o lugar nenhum a não ser este, o de fazer com que escreva! E isso por si só é de louvar. Agradeço a si.
    E por si continuarem a publicar post´s, a si N@@@, o tal que lhe sobra entusiasmo.
    OBRIGADA

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  9. O teu corpo talvez ocupe um bocadinho mais do que o sol, talvez uns 3 ou 4. Corações ao alto

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