Este pêlo branco

Aqui, nesta montanha batem os primeiros matinais raios de sol e quando este desce e se apresenta o luar tem-se a sensação de que nada se apresentou diferente do que já foi, do que é ou que poderá vir a ser. Não espere nada, nem deslumbramento nem desilusão, não é essa a brancura que se pretende.
Anseie o nulo para que atinja o supremo início do tudo de novo.
Muito gosto,
Cabra Branca.

domingo, 7 de outubro de 2012

60


(Este Post foi criado para um blogue que é de todos os que se atreverem a dar-lhe vida pela continuidade. Foi escrito ao sabor criativo de um número como título, o 60. Será publicado no blogue "E aí vai ele"- ofereco-te-este-blog )

Pensava como seria aos 60, estava agora com 40, via-se a meio de um livro escrito. Não cogitava se estaria bem ou mal lavrado, sua bíblia redigida era uma catástrofe de alegrias e mais umas avalanches  de tristezas oprimidas. Como seria aos 60...
Apagou a luz do pequeno candeeiro de quarto, e a escuridão era clara, o coração bateu em compasso nervoso e a cabeça iniciou a fervura de uma panela de pressão. Enrolou-se aos lençóis que depressa iriam aquecer e falou baixinho, “como vou eu amar?, como vou eu amar??? deita-te comigo medo, mas não me contes mais mentiras, fica somente aqui perto, encaixa-te no meu corpo, bem sabes que não sei viver sem ti, não sei viver sem ti... mas não me ampares porque não será desta a minha queda, não vês? Estamos nesta cama, e tu estás agora envolto neste corpo por amar.”
E o medo respondeu-lhe,  “não consigo fazer-te amar, se a mim que sou o teu medo me fizeres acreditar. Aqui, no escuro, este reino e domínio é meu, se bem queres, aqui consigo fazer-te desejar, aqui no sombrio tenho o poder de a ninguém desprezar. Fecha os meus olhos e eu verei esse teu querer, este que te sinto agora neste abraço que sufoca. Conto-te que o amanhecer virá, dar-te-ei o que julgas certo, na que será claridade pardacenta. E na boa luminosidade nunca desistas desse lutar, desse saber se se sabe amar. Depois desistirei de ti e de te aconchegar, como agora, com a nova luz  quase a chegar. Pois tão cedo eu não vou voltar, nestas últimas horas de luar. Shiuuu o sol vai raiar e eu vou fazer-te sossegar.”

12 comentários:

  1. há gente que não entende que o melhor de nós está reservado só para uma pessoa.

    e ficam a matutar nas coisas erradas.

    e aí não reagem.

    beijos e abraços

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  2. Gosto da forma intensa com que escreves

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  3. Como sempre gostei do teu texto. E gstei muito da ideia do blogue. Aqui está um que vou seguir tb :)
    bjs

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    1. Sad, podias e devias para além de o seguir, fazer viver!!!

      Beijo

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  4. Ja esta a porta aberta para o publicares la :o)

    beijo;O)

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  5. Aos 60 ainda não sei ! mas aos 20 não tinha medos pensava eu que seria imortal.Aos 40 realmente aprende-se s ter medo, das pessoas que partem sem dizer adeus.Sou assolado por momentos nostálgicos,olho a noite com respeito, abraço os meus medos com pensamentos longicuos.Medo? Tenho de perder,mas não de me perder, ainda jogo tudo ao alto por algo que acredite ou algo que mexa com o meu interior.Saber ter medo é respeito pela vida,é saber lidar com o pior deles a MORTE.Mas o melhor é : fazer sempre o que tiver medo de fazer!Silencio......O sol está ai,quem partiu está lá em cima a comtemplar os meus medos....Bom dia !Medos ? tenho e ainda bem.Um beijo do tamanho do Sol a ti Bianca !

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    1. Filipe os medos servem para avançar, recuar, avaliar, fazer sentir e respeitar. Sinais de respirar vida!

      Beijo amigo

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  6. "A proprietária de uma cabra e de um bode foi multada depois que os animais tiveram relações sexuais dentro do seu quintal.
    De acordo com a lei do Estado, não é permitido que animais acasalem em público dentro dos limites da cidade, mesmo que estejam em terrenos privados."
    As cabras quando desesperam fodem com qualquer coisa que aparece. O que faz o desespero?ou será a libido cabresca?

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    1. Anónimo, felizmente não sei o que vai na cabeça de certos animais, tal como não sei o que se passa com a sua.
      Bom fim-de-semana.

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