Ecoava trovoada no céu escuro, Antónia escrevia, declarava carácter, em texto confessava. O marido acabava de adormecer e as filhas há horas repousavam. Ali, sentada na marquise adaptada, olhava para a janela do seu portátil e escrevia em confidência de suas culpas. Questionava entre parágrafos de que seria recheada, se de areia molhada ou de palha enxuta? Arrependimento? Não sei se Antónia sentia, ela própria admitia em desengorduradas frases declarava, sem restrições a pormenor, se dispunha a sua aura infeccionada. Estaria enferma? perguntava, nunca para ali se alvitrara. Mas naquele dia tinha sido ultrapassada, como ela odiava! E em palavras corroídas, execrava as outras, todas iguais a ela, todas em vidas falseadas, enganavam seus desventurados maridos que falhavam em tropeços de exactidão. Infelizes bobos esposos, homens de carreira, com sapiência certeira na economia global, mas zero na emocional. Infelizes bobos cônjuges, homens de carteira... Antónia redigia, com sarcástica poesia, como as outras putas seriam. Belas amantes, roliças extravagantes, borradas nos maquilhantes, mas ela, ela a todas comia, a todas julgava que estornaria na sua suposta supremacia.
Antónia por cima do teclado adormecia a sua sobrancelha no Delete tocaria.
Antónia por cima do teclado adormecia a sua sobrancelha no Delete tocaria.
Astúcia, perspicácia, profundidade, dedutiva/indutiva, (co)incidência ou talvez não... estou rendido aos encantos da tua mente. Perdão! Queria dizer escrita!
ResponderEliminarTu tás lá!
Foxos
Acontece...
ResponderEliminaré um banquete que me delicio sempre que te leio..
ResponderEliminarOs enebriantes mistérios e contradições do ser feminino...
ResponderEliminarBom fim de semana!
Foxos; rendida à tua inteligência!
ResponderEliminarRei Lagarto III; sim é chão fértil! ;)
Water; obrigada, estou a render-me a ti!
Pedro Ferreira; bom fim-de-semana!
Beijo hoje só aos Senhores!